Casas nômades: mais uma facilidade para os nômades digitais


Sim, parece contraditório falar em "casas nômades" ou "casas para nômades digitais".

A verdade é que os nômades digitais não tem nada contra suas casas, apenas contra o fato de estarem presos a elas. Essa "prisão" é um misto de apego material e financeiro, que torna difícil deixar tudo pra trás para poder fazer uma das melhores coisas da vida: viajar pelo mundo.

Antes de continuar, é válido lembrar: o que é mesmo um nômade digital? Engana-se quem pensa que nômade digital é sinônimo de mochileiro. Até pode ser, mas isso não é uma regra. O conceito de nômade digital tem a ver com os antigos nômades lá das aulas de história. São aqueles povos que estavam sempre se mudando, geralmente em busca de mais alimentos, já que eles não sabiam plantar.

Mas o que move os nômades digitais, definitivamente, não é a busca por alimentos. Esse novo grupo é formado por pessoas que perceberam que não precisam estar em um lugar fixo para continuarem suas carreiras profissionais. Aliados à internet e aos demais recursos tecnológicos, eles criaram escritórios 100% virtuais. E, a partir do momento em que o ambiente de trabalho não tem fronteiras, por que não trabalhar em outras cidades ou países que te fazem mais feliz? Essa é a melhor forma de aproveitar - de fato - o seu tempo livre em lugares sensacionais. Também é a solução para resolver dois problemas: (1) viajar para locais distantes somente uma vez por ano e (2) gastar fortunas com passagens aéreas, considerando idas e vindas do Brasil para cada viagem.

Concluo, então, que o que move os nômades digitais é a liberdade. Liberdade para escolher morar em qualquer lugar que traga mais felicidade, por ser mais inspirador, bonito, seguro ou com um menor custo de vida. Pode ser durante semanas, meses ou por quanto tempo o seu coração mandar.

Casas nômades na praia


E as casas nômades?

Não ter um lugar fixo para trabalhar não libera os nômades digitais da necessidade de ter acomodações. Como disse anteriormente, eles não necessariamente são como mochileiros que dormem de favor, em barracas ou ao relento. Aliás, muitas vezes, eles recebem super bem e não querem passar por nenhuma privação de conforto.

Isso quer dizer que, cada vez que decidem se mudar, os nômades precisam se preocupar com onde irão se acomodar. E com tudo o que vem de "brinde": recursos adequados para trabalhar (tais como internet rápida, desk, silêncio...), segurança e localização do hotel ou da casa em questão. Todas essa exigências podem significar muitas horas de busca pelos locais ideais.

Mas esse é o lado ruim de ser nômade, já que há tantos outros benefícios, certo? Errado!

Eis que surge o conceito das casas nômades! São empreendimentos bem novos, com muitos projetos ainda sendo lançados. Dentre as principais utilidades, essas casas prometem quartos individuais, espaços destinados a co-working, cozinha, toda a mobília que você precisa e, claro, internet rápida. Tudo isso nos destinos mais queridos pela galera nômade!

O site Nomad House é um exemplo:

Casas nômades em Bali - Nomad House


Esse é o projeto Bali, que já está funcionando e tem até vagas disponíveis para os próximos meses. Outras cidades como Londres, Chiang Mai, Bangkok e Berlim contam com projetos em andamento e serão as próximas a serem lançadas. A empresa abriu uma votação para definir as cidades futuras - confira aqui.

Fiz uma simulação para estadia de 4 semanas em Bali e o valor final ficou em apenas $525! $18.75 por dia com toda essa comodidade! Bem razoável, não?

Pra quem tem padrões mais elevados, outra opção é o The Caravanserai. Eles planejaram acomodações mais requintadas do que as do Nomad House e oferecem duas grandes facilidades:

  • Caso você tenha uma residência própria e queira alugar enquanto estiver hospedado em alguma acomodação do The Caravansarai, eles cuidam dos trâmites de locação por você (via AirBnb).
  • Uma vez sendo membro (planos mensais na faixa dos $1.600), você pode alternar facilmente entre as acomodações dos locais onde o The Caravanserai está presente. Os três primeiros destinos são México, Lisboa e Ubud (uma das melhores regiões de Bali), mas outros devem surgir em breve.


Casas nômades - The Caravanserai


Empreendimentos como esses provam que a vida nômade está cada vez mais confortável, simples e promissora.


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Sobre Mayumi Tsuruyama

Me formei em Administração por adorar o universo empresarial. Mas também sou freelancer e blogueira, por amor ao mundo e à liberdade. Encaro todas as viagens que já fiz e ainda farei como trajetos de uma viagem maior, que é a vida. Seja como turista, estudante, trabalhadora ou mochileira, viajar me completa. E eu ainda tô longe dos 100%!
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5 comentários:

  1. Excelente ideia. Um dos problemas de mudar muito é ter que correr atrás de internet rápida e estável, um ambiente decente para trabalhar, etc. Os espaços de coworking vinham preenchendo essa lacuna, mas por que não juntar esses espaços com a moradia? Ótima ideia e que vai facilitar muito pra cada vez maior comunidade nômade. E acho que esses empreendimentos são só o começo. Daqui 10 anos talvez falarmos de "casas nômades" seja tão comum quanto falar de hotel, hostel...

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    1. Hmm é verdade! Interessante a sua análise, acho que faz bastante sentido que as acomodações em casas nômades se popularizem. Eu mesma espero experimentar uma logo logo :)

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  2. Opa, diga uma coisa Mayumi. Com relação à documentação, e algumas vezes, à comprovação de renda que alguns países, como o japão, exigem para que a pessoa tire um visto de turista ou trabalho lá, como é possível a gente chegar lá, entrar no páis e sabe... ficar lá mais tempo, aproveitar a vida lá, viver? Deu pra entender? kkk Basicamente, em questões de passaporte, visto etc, como vc resolveu isso?

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    1. Opa! Desculpa a demora em responder, as coisas andam bem corridas por aqui...
      Pelo que entendi, a sua dúvida é mais em relação a trabalhar pela internet e em como isso influencia a documentação para entrar em um país, certo? Bom, o passaporte não tem relação nenhuma com o que você faz pra ganhar dinheiro, então continua tudo igual. Visto de trabalho você também não vai conseguir trabalhando como freelancer digital, precisaria entrar como turista mesmo (ou estudante, se quiser aproveitar pra estudar por lá). A comprovação de renda e o tempo que vc vai poder ficar vão depender de cada país. Nunca fui ao Japão, então não sei dizer como é lá. Nos países que já visitei, nunca precisei comprovar renda pra ficar até 3 meses. As únicas coisas que me pediram na imigração foi meu passaporte e a passagem de volta. Caso precise comprovar renda, o que vc pode fazer é mostrar o extrato das suas contas bancárias, pra eles verem que sempre tem dinheiro entrando todo mês - e de preferência ter uma boa poupancinha. Cartão de crédito internacional e declaração de imposto de renda também ajudam. No site onde eu trabalho como freelancer eles oferecem uma declaração de renda, nunca precisei usar e não sei se seria aceito no caso de comprovação de renda a longo prazo. Como eu disse, vale pesquisar porque isso pode mudar bastante pra cada país, beleza?

      Espero ter dado uma clareada nas suas ideias :D Até mais!

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    2. Blz Mayumi, muito obrigado! Já foi de grande ajuda as informações que vc me passou. ;D

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