Com o que eu trabalhei na China


Quando digo que morei na China, todo mundo pergunta: mas o que você foi fazer lá???

Dentre vários motivos, o principal foi desenvolver a carreira profissional. (No fim das contas, acho que deu certo!)

A viagem começou logo após eu me formar em Administração. Tão logo que nem deu tempo de ir à minha própria formatura! Meu namorado tinha uns contatos na China e isso foi um empurrãozinho para aproveitarmos a oportunidade de checar pessoalmente as tantas oportunidades que ouvimos falar durante a graduação inteira. Por que não, né?

A ideia inicial era trabalhar com comércio exterior e aprender mandarim. Até saí do Brasil já com uns projetos de importação meio engatilhados. Pois bem, cheguei lá e comecei a estudar o tal idioma impossível (não sabia falar nem "oi", mas logo aprendi o "ni hao" e "你好"). Meses se passaram e nada de os projetos com o Brasil acontecerem.

Estudar na China: minha sala de aula
Nossa sala de aula na Shenzhen University

Com os gastos com escola, moradia e alimentação, tive que buscar alternativas para levantar uma grana. Comecei, então, a dar aulas de português. Depois pintou um trabalho part-time em uma escolinha de inglês para crianças e eles pagavam super bem. Como ainda me sobravam algumas horas e faltavam cédulas, também peguei um freela em um projeto de aperfeiçoamento do sistema de reconhecimento de voz do Xbox (mais aleatório, impossível!).

Nesse momento eu ainda não tinha desistido do comércio exterior, talvez de tanto que todo mundo me atucanava com a incrível oportunidade de fazer "negócios da China". Resolvi, então, largar todos os trabalhos anteriores e as aulas de mandarim e consegui emprego em uma fábrica de capacitores. Meu trabalho era conseguir mais clientes brasileiros para eles e cuidar das exportações para esse mercado. Resultado: no segundo mês, já estava querendo sair correndo de lá. O produto não tinha nada a ver comigo, o jeito deles de trabalhar não me agradava nem um pouco e até a localização do escritório não ajudava.

Mas nem tudo estava perdido... Enquanto trabalhava lá, consegui um emprego na área de Marketing Digital em uma e-commerce. Uhul, finalmente cheguei na minha área! As funções eram super legais e eles pagavam bem. O único problema é que tinha que mudar de cidade. Não pensei duas vezes e fui!

Tudo ia bem nos primeiros meses, mas foi mudando com o passar do tempo. Para resumir: pedi demissão no quinto mês e fiquei lá até completar o sexto. Estressada e desempregada, resolvi viajar haha! Passei inesquecíveis 15 dias nas Filipinas, um paraíso que recomendo a todos.

Viajar para El Nido nas Filipinas

Depois de renovar as energias viajando, ainda tinha mais uns meses de China pela frente.

A essa altura do campeonato, tinha chegado à conclusão de que eu realmente não queria procurar emprego em empresas chinesas novamente. Você leu ali em cima que eu tentei e não foi pouco.

Voltei a dar aulas particulares de português e fiz um trabalho como intérprete, mas isso ainda não era suficiente para cobrir meus gastos. Depois de pesquisar bastante, vi que havia várias oportunidades para trabalhar como freelancer virtualmente. E foi assim que comecei minha "carreira digital"! Consegui trabalhar em vários projetos através das plataformas Elance e oDesk. Minha experiência com marketing digital na e-commerce e com as aulas de português me ajudaram bastante nessa etapa. Veja como são as coisas!

Continuei com esses projetos virtuais até voltar pro Brasil... mas a história não acaba por aí!
No próximo post eu conto como foi o primeiro ano em que trabalhei SÓ como freelancer, tanto lá no país xingling quanto no Brasil. Acompanhe e entenda como a China mudou definitivamente o meu jeito de encarar o mercado de trabalho.


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Sobre Mayumi Tsuruyama

Me formei em Administração por adorar o universo empresarial. Mas também sou freelancer e blogueira, por amor ao mundo e à liberdade. Encaro todas as viagens que já fiz e ainda farei como trajetos de uma viagem maior, que é a vida. Seja como turista, estudante, trabalhadora ou mochileira, viajar me completa. E eu ainda tô longe dos 100%!
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5 comentários:

  1. Olá, achei seu artigo muito esclarecedor, conseguiu tirar algumas de minhas dúvidas. Meu namorado está indo morar e estudar na China e meus planos são de ir para lá em 2018. Vou acompanhar seu blog de agora em diante.

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    1. Oi, Caroline! Fico muito feliz em ter podido ajudar, ainda mais quando o assunto é China. Essa foi a viagem mais importante da minha vida e tenho um carinho especial por esse país <3 Como você vai pra lá, seria legal dar uma olhadinha nos outros posts que escrevi sobre a China, pra ir sabendo melhor o que te espera - se é que vc já não fez isso. E sem querer me intrometer, mas se eu puder te dar um conselho, diria pra ir o quanto antes! 2018 parece tão longe pra uma viagem assim divisora de águas hehe. Enfim, se tiver alguma dúvida, pode ficar à vontade pra perguntar. Um beijo!

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  2. Olá Mayumi. Eu e meu marido estamos analisando uma proposta de trabalho na China. Ao ler seu post me lembrou um dúvida que temos. Como é a internet na China? Sei que há um bloqueio por parte do governo então como fazer? Obrigada!!!

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    1. Oi, Daniele!

      Que bacana vocês terem recebido essa proposta! Falo isso porque a China foi, até agora, a melhor experiência da minha vida :)

      A internet lá é muito boa (rápida e barata) para tudo o que não é bloqueado. Porém, de fato, são bloqueados: Facebook, Youtube e algumas plataformas de blogs. Os serviços do Google (pesquisa, gmail, maps, tradutor e etc) são um caso a parte, ou seja, às vezes estão bloqueados e outras vezes estão liberados. O Baidu cumpre o papel do Google lá na China, oferecendo serviços de pesquisa, mapas, tradução, entre outros, funcionando rapidamente e estando sempre liberado - o problema é que muitos dos recursos são oferecidos apenas em mandarim, aí fica bem difícil pra gente. Para ter acesso aos sites que são bloqueados, existe uma opção bem conhecida entre os estrangeiros e alguns chineses que é o uso de VPN. A VPN vai simular que o acesso à internet está sendo feito de outro país e, portanto, todos os sites ficam liberados de acordo com as políticas desse país. Há VPNs pagas e gratuitas (cheias de propagandas no navegador). No final conseguimos, mas custamos a encontrar uma que funcionasse bem pra gente: às vezes, mesmo os sites bloqueados abrindo, eles aparecem meio desconfigurados ou ficam super lentos. Até hoje não entendo como uma VPN que funcionava perfeitamente para uma amiga minha, não funcionava bem na minha casa.

      Em plena era de uso massivo da internet e mídias sociais, esse bloqueio foi uma das coisas mais chatinhas que enfrentamos na China :( O bom é que tem uma solução hehe!

      Espero ter ajudado... Um abraço!

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    2. Ah, esqueci de falar que algumas coisas que usamos bastante são liberadas, tipo o WhatsApp e Skype.

      Lembrando que era assim na época que eu morei lá, entre 2013 e 2014. Não sei se agora continua igual, beleza? ;)

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